Sucesso do projeto N0Waste para a sustentabilidade do setor agroalimentar
O projeto N0Waste para a sustentabilidade do setor agroalimentar, no qual a Izertis participa, foi concluído com sucesso, conseguindo desenvolver tecnologias capazes de obter biometano de alto valor a partir de resíduos gerados na cadeia de abastecimento da batata, bem como otimizar a selagem de embalagens com novas soluções plásticas.
N0Waste centrou-se na investigação e desenvolvimento de novas tecnologias para a redução e recuperação de resíduos de produtos frescos e perecíveis, abordando objetivos que respondem a dois problemas-chave na cadeia de valor alimentar: por um lado, a minimização do desperdício alimentar; por outro, a recuperação de subprodutos gerados nos processos de produção, transformação e distribuição de alimentos através da obtenção de metano sintético, contribuindo assim para um modelo de economia circular.
A iniciativa faz parte da Estratégia de Especialização Inteligente RIS3 Euskadi e do Plano de Ciência, Tecnologia e Inovação Euskadi 2030, que conta com o apoio do Grupo SPRI através do programa Hazitek. O seu desenvolvimento envolveu um consórcio heterogéneo de empresas e organizações bascas de diferentes setores.
Este projeto foi liderado pela ONDOAN, e participaram EROSKI e Udapa em representação da cadeia alimentar (com a colaboração de Barrenetxe e Harakai-Urkaiko), e contando com várias empresas tecnológicas e de bens de equipamento como Lointek, Orloga, Izertis, SEGULA TECHNOLOGIES, Tecnipesa e Plastigaur; bem como a participação de três agentes da Rede Basca de Ciência, Tecnologia e Inovação: BASQUE FOOD CLUSTER, Ceit e Tecnalia, e a colaboração da BANTEC para a realização e gestão do projeto com o Governo Basco.
Os resultados do projeto foram apresentados numa conferência online que contou com a participação dos responsáveis de todas as entidades participantes. O consórcio do projeto apresentou assim as várias linhas de investigação desenvolvidas, para dar resposta aos objetivos principais do projeto: a redução de alto valor a partir dos resíduos gerados e a sua valorização energética. Tudo isto, a partir de uma visão global da cadeia alimentar, baseada em novas tecnologias de fotónica e visão artificial para a deteção precoce de golpes e defeitos na batata no ponto de origem, incluindo o controlo da rastreabilidade, a análise do ciclo de vida do produto e a aplicação de sensores nos processos de transformação e distribuição.
Outra linha de investigação bem-sucedida foi o estudo de alternativas tecnológicas para melhorar a selagem das embalagens, conseguindo um resultado ótimo que preserva a qualidade e prolonga o prazo de validade dos produtos embalados. Entre as conclusões mais destacadas, foram desenvolvidos novos filmes plásticos monomateriais 100% recicláveis para embalagens flexíveis, concebidos para cumprir as especificações térmicas exigidas nos processos industriais e garantir a sustentabilidade das embalagens.
Por último, foi realizada investigação sobre a valorização de subprodutos orgânicos através de uma combinação de processos avançados (fermentação escura, biometanização) para obter biogás, a partir do qual, utilizando um reator catalítico multicanal, foi possível obter gás natural sintético de alto valor (biometano) à escala laboratorial.
O projeto permitiu também a criação de uma ferramenta matemática para explorar a viabilidade técnica e económica desta solução em diferentes cenários com diferentes tipos de subprodutos orgânicos e localizações geográficas. Esta informação pode ser decisiva nos processos de decisão sobre a implementação de centrais de biometanização para a valorização de resíduos do setor agrícola.