As Drogas não podem escapar ao BorderSens
Dezasseis parceiros internacionais estão a colaborar para desenvolver um dispositivo de alta tecnologia que visa tornar a deteção de drogas um pouco mais eficaz. Após testes laboratoriais de grande sucesso, o dispositivo será agora testado na prática em vários países europeus.
As agências policiais e as autoridades aduaneiras estão a investir tempo e recursos significativos na deteção de substâncias ilegais. Relatórios de drogas encontradas no porto de Antuérpia são uma ocorrência quase diária, e a questão estava presente no festival de dança de Tomorrowland do último verão. Embora contrabandistas, traficantes e consumidores sejam detidos regularmente, a luta contra as drogas (e o comércio de drogas) está obviamente longe de terminar.
Falsos positivos
Para ser bem sucedida, é da maior importância que a deteção e identificação de drogas ilegais sejam conduzidas de forma eficaz. “Atualmente, polícia e funcionários da alfândega on-site ainda estão a trabalhar com testes simples de cores, baseados em reações químicas” explica o coordenador.
“Estes testes, no entanto, têm desvantagens. Várias substâncias também exibem descoloração, como é o caso da cocaína. Em muitos casos, após verificações dispendiosas em laboratório, os resultados acabam por ser falsos positivos. A precisão do teste de cor para a cocaína é de apenas 70%”.
A Europa está a investir 5,5 milhões de euros no projeto BorderSens que visa o desenvolvimento de novas tecnologias. A Universidade de Antuérpia está a coordenar as atividades de um consórcio que reúne 16 parceiros de 8 estados membros da EU. Os parceiros incluem universidades, autoridades fronteiriças, serviços policiais em portos e aeroportos, organizações como o Instituto Nacional de Criminalística e Criminologia, e várias empresas.
Pequeno impulso elétrico
“Estávamos a desenvolver uma tecnologia para detetar uma vasta gama de narcóticos e adulterantes que funciona com um sensor eletroquímico”, explica o coordenador. “Este pequeno dispositivo inovador, o NarcoReader, usa um elétrodo para enviar um pequeno impulso elétrico através da amostra. Em 40 segundos os resultados do teste são exibidos no smartphone ou tablet ligados ao dispositivo. Com o NarcoReader, o grande número de falsos positivos e falsos negativos é coisa do passado”.
A nova tecnologia já foi expandida e testada com sucesso na deteção de cocaína num ambiente laboratorial. Um dispositivo user-friendly para a deteção de todas as drogas será amplamente testado na prática em vários países europeus.